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Em tempos de redes sociais, hashtags e lacração digital, uma pergunta inevitável surge: o que leva uma pessoa a aderir às ideologias de cunho esquerdista? Será um trauma de infância mal resolvido? Uma overdose de livros de Paulo Freire? Ou quem sabe, uma simples vontade de parecer inteligente em rodas de conversa sobre "justiça social" enquanto se saboreia um cappuccino com leite vegetal? Neste artigo, exploramos essa transformação sociopolítica que mistura ingenuidade, manipulação ideológica e uma pitada de narcisismo.
Ninguém nasce esquerdista. Ao menos, não biologicamente. Mas o ambiente é um campo fértil para o cultivo dessa ideologia. Geralmente, tudo começa com um adolescente entediado que, em vez de jogar bola ou estudar, resolve maratonar documentários na Netflix sobre desigualdade, colonialismo e como os capitalistas são malvados. Ele assiste, se emociona, compartilha e pronto: sente-se um herói social. Afinal, hoje em dia, basta um repost com frase de efeito para salvar o mundo.
As universidades, por sua vez, funcionam como verdadeiras usinas ideológicas. Alí, professores mais engajados que pedagógicos doutrinam jovens facilmente influenciáveis, transformando a busca por conhecimento em militância disfarçada de ciência. Questionar o sistema vira um mantra, mesmo quando não se compreende nem como funciona o sistema.
Um dos primeiros sintomas de que alguém está entrando no universo da esquerda é a repentina mudança de vocabulário. Termos como “lugar de fala”, “opressor estrutural”, “patriarcado” e “decolonialidade” passam a ser usados com mais frequência que “bom dia”. A opinião própria é substituída por slogans prontos, e o discurso passa a seguir o script da vez.
Naturalmente, é preciso escolher os vilões. Empresários, policiais, religiosos conservadores, agricultores, e qualquer um que defenda valores tradicionais entram na lista negra. Já os heróis? Aqueles que desafiam a “ordem” estabelecida, mesmo que estejam claramente promovendo desordem, criminalidade ou censura. O importante é a narrativa.
O curioso é que, para muitos esquerdistas, a justiça social é uma questão altamente seletiva. A liberdade de expressão é sagrada, desde que o discurso seja alinhado à sua agenda. A violência policial é condenada, mas o silêncio é sepulcral quando criminosos armados tocam o terror nas periferias. Os direitos humanos são amplamente defendidos, mas não para as vítimas de crimes hediondos. Nesse universo, o bandido é vítima da sociedade, enquanto o cidadão que reage a um assalto é visto com desconfiança.
É comum que o esquerdista se enxergue como moralmente superior. Ele não apenas está “do lado certo da história”, como se julga intelectualmente mais evoluído. E é justamente essa postura que impede qualquer debate raso de prosperar. Se você discorda, é automaticamente rotulado de fascista, retrógrado ou alienado. Não há espaço para a pluralidade; apenas para a reverberação do mesmo eco.
Esse comportamento se manifesta em diversos níveis. O esquerdista critica a exploração de trabalhadores, mas faz fila para comprar o novo iPhone feito na China sob condições de semi-escravidão. Repudia o agronegócio, mas devora sua picanha orgânica num restaurante gourmet. Condena o capitalismo, mas acumula seguidores no Instagram divulgando seu próprio e-book. Incoerências? Não, segundo eles. Isso se chama “consciência crítica”.
Outro elemento fundamental da mentalidade esquerdista é a vitimização. Quanto mais “oprimido” você for, maior autoridade você tem para falar. Trata-se de uma hierarquia de sofrimento onde a meritocracia é substituída por quotas de dor. E se você não se enquadra em nenhum grupo minoritário? Invente uma causa. Qualquer uma. O importante é ter um motivo para se indignar.
Essa vitimização constante também funciona como escudo para a crítica. Nada pode ser discutido com objetividade, pois qualquer contra-argumento é rapidamente taxado como “violência simbólica” ou “discurso de ódio”. A discussão racional é substituída por emocionalismos e cancelamentos.
No fundo, o que leva muita gente a abraçar o discurso esquerdista é o desejo de pertencer a um grupo. Em uma época em que a aprovação vem em forma de curtidas, compartilhar uma visão alternativa à corrente dominante é visto como risco social. A esquerda, com seu discurso de inclusão e aceitação (desde que você pense igual), oferece um abrigo confortável para os que temem o ostracismo.
E esse “pertencimento” vai além da política. Ele se reflete em estética, linguagem, consumo e comportamento. O militante precisa parecer indignado o tempo inteiro, pois sua força reside na sua imagem social. Ser visto como engajado virou status. E como não custa nada postar uma frase de efeito, a ilustração do compromisso com a causa se torna mais importante que qualquer resultado prático.
A adesão às ideologias de esquerda, muitas vezes, é mais um ato de rebeldia emocional do que uma escolha racional. É o resultado de um sistema educacional enviesado, de uma cultura midiática tendenciosa e de um ambiente social onde a virtude é medida pela capacidade de se indignar. Para alguns, ser de esquerda virou uma forma de identidade. Para outros, um passaporte para a aceitação social. Mas em ambos os casos, o que se perde é a capacidade de analisar a realidade com olhos abertos, sem filtro ideológico.
A pergunta que fica é: até quando vamos aceitar que o senso crítico seja substituído por slogans, que o debate vire monólogo, e que o progresso se transforme em retrocesso disfarçado de revolução? Talvez, quando o café vegano acabar, comece o verdadeiro despertar.